Contos de Fadas

Uma parte minha é totalmente traumatizada por ter a vida inteira acreditado em contos de fadas, em amores platônicos que dão certo. E é bem frustrante crescer e entender que não é bem assim que a vida funciona.
Algumas vezes o tal amor platônico vai acontecer, você vai viver momentos bons, anos de paixão, amor e cuidado, mas isso uma hora vai passar e você vai sentir necessidade de outros ares e vai se sentir completamente perdida pensando "ué, mas não era para sempre? :(".
Por outro lado, é muito bom amadurecer e entender que a vida é divida em ciclos. Aprender que a gente precisa escolher quem a gente quer do nosso lado, sem muita mágica como as paixões a primeira vista, nas quais a gente se apaixona loucamente e projeta tudo o que sempre sonhamos na pessoa e depois nos decepcionamos por enxergar quem ela realmente é, não por ela ser ruim, mas por não ser quem a gente projetou e acreditou que fosse.
E é realmente difícil lidar com os dois lados de aprender a ter essa percepção do que a gente realmente quer para a nossa vida e não deixar que paixões nos confundam. Tem o lado bom, de ter calma e esperar conhecer alguém que realmente se encaixa na nossa vida, devido a jeitos, rotinas e etc., para assim tentar ter uma relação leve e talvez duradoura, com base em companherismo, mas também tem o lado de sentir falta de sentir paixões avassaladoras, daquelas que faz parecer dar sentido para a nossa vida, mesmo que no fundo a gente saiba que é só uma reação quimica (e completamente ilusória) do nosso organismo rs. 
Sigo a vida com calma, esperando, que talvez eu consiga juntar um pouquinho dessas duas coisas. Uma vida simples com alguém do lado pra seguir, sem sufocar, para assim, ser leve.
Na minha cabeça ainda existe a possibilidade de uma vida simples. Morar numa casinha simples, com uma edicula no fundo, onde eu possa passar meus tempos livres tentando fazer as coisas que me vem a cabeça, pintar, reformar um móvel de madeira, etc., adormecer toda cheia de tinta e ser acordada com um beijo no pescoço e um convite pra ir pra cama.
E a vida segue nessa eterna tentativa de equilibrar o ser intenso que sou com uma visão bem nilista sobre o mundo e sobre relações humanas. Equilibrar a criança frustrada dentro de mim que cresceu acreditando em amores perfeitos onde as pessoas se amam e se cuidam, sem se ferir e o adulto traumatizado que me tornei por entender da pior das maneiras que as pessoas podem nos machucar e isso não quer dizer que foi por querer, assim como a gente também pode ter machucado sem intenção.
A realidade é que é muito difícil tentar equilibrar cada universo complexo existente em cada um de nós.

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