O último 20 e poucos

 Passeei por fotos antigas

Percebi várias versões de mim

E com isso, vários recomeços

É difícil ter uma memória muito boa (juro que tenho, tenho amigos que comprovam rs)

Em cada foto que passei, lembrei

O que eu sentia naquele momento

O que eu havia ouvido das pessoas ao meu redor 

Os meus medos

Meus dilemas

A ansiedade e a depressão que eu já carregava, mesmo que numa menor escala

fiquei aqui uma hora, vendo todas aquelas Juhs

Cada uma totalmente entregue ao momento, a um propósito, a um amor, a uma dor, não importa qual o momento, sempre intensamente entregue

Coloquei tudo numa grande balança, o que jamais se faz, porque o passado jamais vai voltar e eu não tinha a maturidade que eu tenho hoje, para fazer escolhas diferentes, é aquela estrada perigosissima de se caminhar a estrada do "e se?"

Se eu tivesse ficado?

Se eu tivesse insistido?

Se eu tivesse corrido na hora

Se eu tivesse feito diferente

Pensei, sobre todas elas, todas aquelas versões, que um dia eu fui e que hoje não me cabe mais

Cheguei a conclusão que mesmo diante de todo cansaço de tudo o que eu já enfrentei, e que apesar da minha mais não tão pouca idade, considero uma bagagem bem grande, penso que não existe amadurecimento sem cansaços

Para amadurecer, precisei lutar, contra os meus monstros e contra todos aqueles que disseram ser meus

Precisei amadurecer cedo, ir atrás do que eu sabia que infelizmente ninguém me daria

Menina sonhadora, periférica, escapei de tantas estatisticas e hoje estou aqui, cansada? Sim, é visível.

Mas não troco  minha bagagem por nenhuma daquelas Juhs, eu amo o que me torno a cada dia mais.

Eu amo a forma com que eu aprendi a me olhar e a forma com que eu tive a ferro e fogo aprender a lidar com tudo ao meu redor.

Me sinto orgulhosa de estar cansada, pois foi a luta que enfrentei para chegar até aqui.

Eu abraço e acolho todas aquelas Juhs, que me fizeram chegar até aqui e a ser quem eu sou.

Foi errando, amando, chorando, tendo desilusões, acertando, celebrando cada passo e repensando cada rota para tentar mais uma vez, que cheguei até aqui.

Já pensei em desistir. E por pensar em desistir me forcei a mudar uma vida todinha pra expulsar esse sentimento, mandar ele ir embora, pedir ajuda.

Ajuda que na maior parte da vida, foi uma palavra que me rasgava por dentro. Por algum motivo eu cresci acreditando que eu não podia pedir ajuda, que eu precisava lidar com tudo sozinha, pois eu sou a única responsável pela minha vida.

E hoje aprendi o que é rede de apoio. É ela que nos segura quando a gente não pode/consegue mais se segurar. 

E essa bichinha é tão doida, que ela amarra pessoas incríveis junto da gente, fazendo as pessoas segurarem a gente de tantos modos e as vezes até imperceptíveis.

Uma palavra, um gesto, um sorriso, uma gentileza.

É isso, meu último ano com vinte e poucos, o ultimo antes dos temidos 30!!! E cara, realmente, essa transição é totalmente necessária.

Feliz ano novo pra mim, a pessoa mais especial que eu conheço
(e que lindo, hoje, de uma vez por todas me enxergar assim, depois de uma vida de auto-cobrança) <3


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