A espera


Diariamente me sinto vagando pela vida, sem saber muito bem o que estou fazendo aqui e o porque.

É como se nada fizesse sentido, como se todo esse esforço diário, no fim, passa a não valer a pena.

É um aguentar firme, pra aguentar firme.

É ser resiliente, para o quê, então?

No final vence quem não sente, quem passa por cima de pessoas e de sentimentos.

Fui ensinada a vida toda a amar e cuidar, a dar valor a tudo e a todos. 

Esqueceram de me ensinar que não vai ter troca, que não será recíproco.

Solidão machuca, ser só faz dos dias vazio, cada vez mais, só e frio.

Solidão vicia, tristeza seca e a indiferença é quem mata.

A vida não é o que pensei, o que sonhei, o que planejei.

Os sentimentos não são iguais aos que um dia eu tive.

Como se tudo tivesse partido, pessoas, sentimentos, sonhos, planos, tudo, partiu, foi embora.

Fiquei aqui, permaneço aqui, aguentando pra aguentar mais.

Me vejo envelhecer em frente ao espelho, sem ter dado um passo.

Presa num corpo que sente e adoece, a cada pensamento, a cada pesadelo, a cada trago num cigarro pra conter essa ansiedade que me estremece e adormece dos pés a cabeça.

Sinto que as pessoas não merecem o pouco que eu sou, o pouco que restou, de mim.

É sobre o pouco que ainda resta de mim, aqui.

Pouco que parece esperar, pra poder descansar e acabar de vez.





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