Afinal, onde está?

 


Há muito tempo eu me pergunto como é ser realmente amada.

Como é ter o carinho e cuidado de alguém reciprocamente.

O quanto pode ser realizador ter em troca um sentimento de parceria mútua.


Me pergunto se nesse mundo pode existir algo nesse nível.

Como vemos nos filmes;

ou em casais de velhinhos que raramente vemos que existe amor incondicional.


Acho que eu fui amada uma vez na vida, mas que para mim, infelizmente eu não pude retribuir por muito tempo.

Me pergunto como teria sido, uma vida com a inocência de um primeiro amor.

Questiono se todas essas feridas estariam aqui se aquele sentimento lindo, não tivesse me deixado.

Todos os dias, desde aquele rompimento, eu sinto em meu coração o quanto eu gostaria de ter correspondido, de ter opção de escolha, porque no fundo eu sei, que talvez, foi a única chance de realmente ter uma vida com amor.


Cada dia que passa é mais difícil acreditar em relações, nas pessoas.

Todos os dias eu acordo e vou dormir pensando em como faz falta amar e se sentir amada.

Ser sozinha é uma imensidão, é um mar de eu, um mar de aprendizados sobre mim, sobre a vida, com a dor de não poder partilhar algo que poderia ser bonito.


Não encontro imensidão de volta, encontro situações casuais, superficiais.

Encontro pessoas que realmente não se deixam sentir ou realmente não sentem.


Eu não sou mais o que eu era, tampouco caibo no que um dia eu fui.

Aguardo cansada por um despertar, por uma mão que segure, sem apertar.

Espero por olhos que saibam ser confortáveis, que saibam cuidar.


E por tanto sentir e querer, passo a não acreditar.


Ninguém está disposto a ouvir, a conhecer, a se esforçar.


É uma tarefa árdua, se conhecer ao ponto de saber conhecer o outro, de saber olhar para o outro.


As pessoas morrem, dia após dia, nos seus cotidianos apressados. Em meio a cidade que não para, corações vagam, perambulando sem graça a cada rua, a cada esquina, a cada estação.


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